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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Entrevista a Nélson Puga

Quinta-feira, o site miguelmaia.com fez uma entrevista ao ex-jogador de voleibol e actual médico da equipa sénior de futebol do FC Porto, Nélson Puga.
Aqui vai ela:
A carreira de Miguel Maia levou o seu grande impulso com a sua estreia na Selecção Nacional. Nada melhor do que iniciarmos este espaço do ‘8 perguntas a…’ com aquele que apadrinhou a entrada de Miguel na equipa das quinas. Nélson Puga, na altura capitão da Selecção Nacional conta-nos algumas das peripécias da sua carreira e que envolveram o atleta espinhense.
Nélson Puga é especialista em Medicina Desportiva sendo o Médico da equipa principal de futebol do FC Porto. Foi praticante de voleibol durante 20 anos, representando clubes como o CDUP, Leixões SC, AA S. Mamede e FC Porto tendo representado a selecção nacional por 150 vezes.

Que recordações guarda da sua passagem como atleta de voleibol e que representa esta para si esta modalidade?
As melhores possíveis. Vivi sempre o voleibol com imensa paixão e com muito prazer. Todos os meus tempos livres eram dedicados a pensar no voleibol, a treinar e a jogar, foi lá que conheci a minha mulher, e os meus filhos são também praticantes. Tive sempre as melhores sensações em competir, viajar, disfrutar do convívio e ficou, na grande generalidade dos casos, uma enorme amizade com quem joguei e mesmo um grande respeito com os adversários que, durante muitos anos, apenas existiram do lado de lá da rede.
Qual o melhor momento como atleta de voleibol?
É difícil eleger um só momento, são muitos os que me lembro com grande prazer. Cada título nacional, a primeira internacionalização sénior, a centésima internacionalização, a primeira vez que ganhamos um set a uma antiga equipa do Leste Europeu e a primeira vez que lhes ganhamos um jogo.
Que recordação mais preciosa guarda do convívio com Miguel Maia, enquanto atleta?
Lembro-me da chegada dele à selecção sénior masculina, era eu o capitão de equipa e ele a chegar timidamente e a olhar para os mais velhos cheio de receios, talvez mal influenciado por outros!... e só me lembro de lhe dizer - Está à vontade, nada mudes na tua maneira de jogar que nós adaptamo-nos ao teu jogo!. Assim foi e daí em diante foi um crescendo constante em evolução desportiva e em amizade. Fez-se o melhor jogador de voleibol português de todos os tempos.
Como viveu os dias passados em Atlanta aquando da participação Olímpica de Miguel Maia e João Brenha?
Esses Jogos Olímpicos foram um sonho. Fui como médico da comitiva, o Vólei de Praia esteve presente pela primeira vez, o Miguel e o João estiveram também e os seus resultados desportivos foram excelentes e superaram em muito as expectativas. Foi tipo conto de fadas!...

Que história, ou momento curioso, nos pode contar desses jogos?
Vários, o primeiro é que, após termos estudado o alinhamento dos jogos, programamos em função das possibilidades de serem eliminados, irmos juntos às compras, fomos adiando a ida às compras conforme eles foram superando os adversários e até hoje ainda estamos por ir às compras em Atlanta! Quem sabe se um dia temos que lá ir de propósito só para isso!...A outra curiosa é que, um belo dia, os acompanhei a um treino juntamente com o Fidalgo (seu treinador) e apenas os jogadores estavam autorizados a treinar. Mas como lhes dava jeito que eu também ajudasse no treino, tentamos à boa maneira portuguesa, fazer-me passar por atleta. É claro que a organização acabou por ir controlar o número estranho de atletas que ali se encontravam!...só que eu fui o último a quem foi pedida a identificação!...será que eles tinham menos pinta de atletas?...

Em que medida o Prof. Ilídio Ramos marcou a sua vida desportiva e pessoal?
Marcou muito. Fomos companheiros de equipa, de selecção como jogadores, mais tarde o Ilídio como treinador e eu como médico. Fomos grandes amigos. Tinha uma forma muito alegre de viver a vida e muito positiva. Tinha uma capacidade intuitiva de leitura do jogo, sabia criar uma atmosfera de grande amizade, grande coesão e de grande capacidade competitiva dentro de uma equipa. Foi um grande treinador. Falei com ele todos os dias durante o período da sua doença, mesmo quando se encontrou largos meses em tratamento no estrangeiro. Guardo dele a recordação do amigo que está junto às estrelas do céu.
O que acha do site oficial de Miguel Maia?
Bom, falta talvez apenas melhorar ou preencher a parte Multimédia. Terá seguramente um espólio riquíssimo.
Que representa para si a sua actividade actual?
Adoro a minha actividade profissional, no clube que sempre foi o meu e ainda por cima mais ganha! Nele já vivi tudo e tive as maiores emoções possíveis ao ganhar tudo que há para ganhar e o que mais me motiva é que a vontade de continuar a trabalhar cada vez melhor e de continuar a ganhar parece que é exponencialmente crescente neste clube. Sinto-me muito realizado.

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