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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Entrevista de Ana Paulo

O anúncio da nova estrutura técnica das seleções nacionais, com a nomeação de Juan Diaz para coordenador geral e responsável pela equipa masculina, deixa preocupadas as jogadoras da formação feminina, receando uma vez mais que as boas intenções anunciadas há dois anos para o escalão não sejam de novo cumpridas. Até porque no comunicado que foi distribuído à imprensa dando conta da nova estrutura, a FPV aponta como objetivos para a Seleção masculina os Jogos Olímpicos de Londres'2012, enquanto para a feminina a meta anunciada são os Jogos da Lusofonia, em julho deste ano.

"Temos uma Federação com dois pesos e duas medidas, ou seja, tem objetivos concretos para o masculinos e para o feminino não", disse Ana Paulo, a mais velha e experiente jogadora da Seleção, para quem a situação, porém, não é nova. "Estou há 12 anos na Seleção e todos os anos avança-se com uma meta para o feminino que muda consoante a entrada de novos técnicos. Na prática, não se concretiza o que foi prometido", refere a jogadora.

Também a capitã, Vanessa Rodrigues, alimenta preocupações semelhantes. "Infelizmente, não há um projeto de futuro. A Federação liga mais ao masculino."

Segundo Ana Paulo, é necessário investir primeiro para que os resultados surjam. "Foi isso que aconteceu com o sector masculino", frisa a internacional, reconhecendo igualmente as dificuldades que têm existido para a construção de uma equipa feminina em função da indisponibilidades de algumas jogadoras devido aos empregos ou estudos. De qualquer maneira, a FPV tem investido pouco no escalão. "As jogadoras acabam por se desmotivar. A Seleção feminina não tem sido a verdadeira Seleção."

Notícia publicada por: Record

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