Contra as previsões, levou o Sp. Espinho à conquista do 18.º título nacional de voleibol do clube, batendo o Benfica, principal candidato. Record esteve à conversa com Hugo Silva para descobrir a receita do sucesso.
RECORD – Qual foi a base da conquista do 18.º título da história do Sp. Espinho?
HUGO SILVA – Essencialmente, a cultura do treino e o facto de fazer passar a mensagem aos jogadores. Para fazer melhor do que o 4.º lugar, só seria possível dessa maneira.
R – É um treinador muito exigente?
HS – Gosto de regras e com elas é possível chegar-se longe. Gosto de pontualidade, da entrega dos jogadores, do treino físico e exigente, mas também do treino pensado.
R – Não foi pouco ambicioso ao dizer que a sua equipa não era candidata? Afinal, o Sp. Espinho é recordista de títulos, foi bicampeão há dois anos e tem Miguel Maia, Hugo Ribeiro e João Malveiro...
HS – Quando me contrataram, foi para lutar pelos seis primeiros lugares e fazer o melhor possível. O orçamento era metade do da época passada. Fizemos o último encontro da final com 10 jogadores, foi um improviso muito grande. O Nuno Silva veio diretamente do Anreade para ser titular no último jogo. Se não tivéssemos o Miguel Maia e o Hugo Ribeiro, estaríamos a lutar para não descer.
R – O seu discurso incidiu na diferença de orçamentos entre o Benfica e as outras equipas. Mas já se provou que os orçamentos por si só não ganham campeonatos. Este tipo de considerações foi premeditado, ou seja, com a intenção de colocar pressão no adversário?
HS – Quis apenas fazer sentir aos meus jogadores que, efetivamente, a pressão de ganhar estava do lado deles. Não me lembro de uma final de campeonato com orçamentos tão desnivelados. Estamos a falar de dez vezes mais para o Benfica. Mas a força de um coletivo superou as individualidades. Não conquistámos o título por sorte, como o treinador do Benfica fez questão de justificar o fracasso. Vencemos três dos últimos quatro jogos contra eles.
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